
Trabalho além da conta é um dos gatilhos para o Burnout, um estado de estresse crônico que leva à exaustão física e emocional.
Você não acorda uma manhã e, de repente, “está esgotado”, com sintomas de Burnout. É uma doença que se desenvolve de forma enganadora, com sintomas comuns e ao longo do tempo, o que torna difícil reconhecer que a uma doença séria está em curso.
Quando surgem as dúvidas e precisamos decidir vamos atrás de quem pode nos ajudar. Nem sempre o colega que tem a informação que buscamos está no trabalho. Cada vez mais respondemos e-mails de trabalho durante férias, folgas, feriados ou após a saída do trabalho.
Como não pedem ação do colaborado, os emails não parecem trabalho. Eles impedem que o colega se desligue totalmente do trabalho.
O Jornal El PaÍs divulgou, em 04/01/1917, os resultados da pesquisa do do escritório Éléas (Qualité De Vie au Travail Risques Psychosociaux). Mais de um terço dos franceses usam diariamente ferramentas do trabalho nas horas de folga. Doze por centro dos trabalhadores franceses sofrem de esgotamento no trabalho, conhecido como síndrome do burnout.
Para tentar mudar esse panorama, a França resolveu tomar uma atitude.
No dia 1º de janeiro de 2017, alterou a lei trabalhista francesa sob a justificativa de que funcionários trabalham muito mais do que as 35 horas semanais aprovadas em 1998.
A alegação foi que excesso de trabalho gera estresse, síndrome de Burnout , problemas no sono, entre outros problemas de saúde.
Para inibir a comunicação fora do expediente, a normativa é que empresas com mais que 49 funcionários devem ter regras para regular o uso de e-mails e mensagens depois do trabalho.
Nos casos de não conseguir um acordo, a companhia deve estabelecer regras escritas sobre o uso de equipamentos eletrônicos, e disponibilizá-la aos colaboradores. Isso deu o que falar.
Essa normativa é parte da série de novas leis trabalhistas de maio de 2017. E esta foi a única das medidas do pacote – que também facilitou a contratação e demissão de funcionários – que não gerou protestos e greves.
Vai dar certo?
Não se sabe. A lei não previu sanções às empresas que desrespeitarem os limites. Isso quer dizer que não está prevista punição… E as discussões continuam…

As dificuldades de cumprir a lei se concentram nas empresas multinacionais com sedes em diferentes países. Seus colaboradores (em diferentes horários e fusos) precisam se comunicar.
Há também as situações de imprevisto ou emergência que exigem decisões rápidas para resolver problemas.
Atividades profissionais como as de médicos ou advogados precisam atender urgências.
Blindar o trabalhador francês no horário de folga gera mais estresse no retorno do descanso? A proibição da livre comunicação pode aumentar as pendências na segunda-feira e o turbilhão de coisas que se acumulam podem também gerar estresse. Esse é o argumento usado pelos que discutem a efetividade da medida para prevenir o Burnout.
Essa não é a primeira vez que os sindicatos franceses exigem regras para desconectar.
Outras iniciativas para minimizar o problema
- Volkswagen: em 2011, a empresa proibiu enviar e-mails meia hora antes do horário de entrada do funcionário, e meia hora depois do horário de saída dele – os servidores pararam.
- Daimler: a montadora ofereceu um serviço opcional para férias – ao invés do envio de respostas automáticas, os e-mails novos entregues no período de férias eram apagados.
- Algumas empresas adotaram como prática o desligamento do sistema de e-mail à noite.
O bom senso deveria ditar as regras. Sabedoria e razoabilidade é diferente para uns e outros.
Burnout é coisa séria. Se você sente a pressão do trabalho impactar seu emocional sugerimos a ferramenta Roda da Vida. Essa ferramenta permite enxergar sua vida hoje; perceber o que precisa mudar; e traçar ações para equilibrar seus projetos, seus amores, seu trabalho e sua saúde.
E você, o que acha do “direito de se desconectar”? Funcionaria na sua empresa? No seu país?
Nathália Tramontina CEO do Portal de Ideias
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